Extração e exportação de nutrientes pela soja e milho

 Postado por AgroFert
A busca por altas produtividades é um importante objetivo  perseguido por muitos produtores rurais em todo Brasil. Ano após ano, com a elevação dos custos de produção no campo, produzir mais na mesma área cultivada se faz necessário para tornar lucrativa a atividade no meio rural.
Existem 52 fatores que interferem na produção agrícola e que influenciam na produtividade das lavouras (Tisdale et al, 1985). A nutrição de plantas é um dos principais limitantes nessa busca por altas produtividades.  Por isso, é necessário entender a expectativa de rendimento de cada cultura, a quantidade de nutrientes exigidos por ela, bem como os teores presentes no solo, para se fazer um bom planejamento da adubação.
Uma maneira de se recomendar uma adubação mais eficiente é através do conhecimento da extração e exportação de nutrientes pelas plantas pois, cada cultura demanda determinadas quantidades de macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg e S) e micronutrientes (B, Co, Cu, Fe, Mn, Mo e Zn) durante seu ciclo.
A extração representa a quantidade total de nutrientes que a planta precisa absorver do solo pelas raízes para produzir uma tonelada do produto agrícola,  como por exemplo a cultura da soja, para a produção de uma tonelada de grãos.
Enquanto a exportação, é o percentual de nutrientes extraídos os quais são efetivamente direcionados para os grãos e levados para fora do ambiente de produção pelas colheitas.
A diferença entre os nutrientes extraídos e exportados é o índice de colheita, expressa em porcentagem (%), mostrando o quanto de nutrientes são reciclados no sistema de produção pelos restos vegetais.
A tabela abaixo apresenta a quantidade de nutrientes extraídos e exportados pelas culturas da soja e milho de segunda safra para produtividades esperadas de 60 e 120 sc/ha respectivamente, bem como os índices de colheita para cada nutriente.
Com base na tabela acima, podemos observar que as culturas  possuem demandas diferentes para cada nutriente, conforme o rendimento esperado de grãos, e que determinados nutrientes são mais exportados pela colheita com destaque para nitrogênio, fósforo, enxofre, cobre, zinco e molibdênio na soja e nitrogênio, fósforo, enxofre, zinco e molibdênio para o milho de segunda safra.
Para dimensionar a adubação de forma mais acertiva, é necessário conhecer a disponibilidade dos nutrientes no solo, através da análise química de terra e determinar se a adubação será:
  • Corretiva, quando os nutrientes estão presentes em níveis muito baixos, baixos e médios visando principalmente o solo;
  • Manutenção, quando os nutrientes apresentam-se acima do nível crítico (limite superior da faixa intermediária de teores) a altos visando o solo e principalmente a planta, ou
  • Reposição de nutrientes exportados, quando os teores no solo estiverem muito altos, visando basicamente a demanda exportada pela planta.
A partir do momento em que a fertilidade esteja construída, a adubação pode ser realizada de forma a manter os níveis dos nutrientes no solo, objetivando a reposição de quantidades exportadas pelas colheitas.
A adequação de manejo e a escolha do fertilizante ideal para a adubação devem levar em consideração o cruzamento das informações sobre a disponibilidade de nutrientes no solo com a necessidade nutricional de cada cultura (extração e exportação de nutrientes), influenciado pelo  fator de eficiência do fertilizante, para melhor definição da época, modo, fórmula e dose a ser aplicada em cada cultura, a fim de atingir elevados rendimentos, com viabilidade econômica e sustentabilidade ambiental.
 
Renan Vidal
Eng. Agrônomo.

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